sábado, outubro 31, 2009

Alumia, alumia

Tem um vazio preenchido.
e essa sensação de preenchimento da falta de algo que preencha
aí fica assim apática

Não sente nada
tampouco liga o telefone
não quer ouvir, nem ver, nem saber
não haverão mais chances

Se preenche de negações.
de recusar o que viu desnecessário


Descarta descaradamente.
como se estivesse tirasse do armário
as roupas, velhas que não lhe servem mais.

Não doí, alivia.
é aguá oxigenada na feridas 
arde, mas alivia... limpa a alma.

Veio com o verão, essa sensação de liberdade
que se preenche de um vazio sufocado, abafado

é o mar que estoura contra as pedras
é o verão que traz premissa de bom presságio
e que faz mandar embora toda a nostalgia bucólica que o inverno trouxe.

quarta-feira, outubro 21, 2009

Me arremessando contra o cais...

Pouco léxico, confuso, brega e piegas sim...


É que estava aqui, juntando cré com lé, e lembrando das coisas que me deixei repetir (boas e más), e dos encontros e desencontros que a surgem em meio ao caos da minha desorganizada vida..

Há meses atras eu lamentava a interferência da distância no convívio com alguns amigos.. Eles tinham ido embora. Eu estava lá, fazia parte da leva dos amigos que ficaram para traz...

Hoje eu integro a leva dos amigos que deixaram...E quando eu andava engolindo isso à seco, choramingando ausências, vem o acaso e me devolve gente que tinha se afastado temporariamente do meu convívio.

Parei de drama...

Inclusive vou tentar cessar os tro-lo-lós... Acabo de perceber que a proa manda ao seu ritmo, não tem muito como interferir. Deixa que desgoverne, que se perca, que suma mar adentro.. de momento fiquei feliz em sofrer com as ações estranhas dos fatores sem explicação...

terça-feira, outubro 13, 2009

Profissão o quê?

Contra o complexo de Clark Kent,
politizando e polemizando as coisas por aqui...

Na Grécia antiga a oratória era uma arma. Quando o conhecimento era privilégio de poucos e não dever do Estado, os munidos da boa retórica detinham o poder de interferir no comportamento e nos pensares dos demais cidadãos. Se voltarmos nossas atenções para os dias atuais, perceberemos que, por mais que a educação tenha se tornado dever do Estado, ainda deixa lacunas. Hoje, tal qual na Grécia antiga, os bons oradores ainda possuem o poder. O poder da palavra, que quando disseminada em meios comunicacionais massivos vira verdade. Toda essa mágica realidade conquistada através do poder de persuasão é o que tem convencido muitos jornalistas de que seu papel enquanto profissional poderá salvar a humanidade.

 Na verdade, o que talvez eles não saibam é que o pensar não é um privilégio. A considerar que todos os seres humanos são dotados de capacidade de raciocínio, logo entendemos que não há necessidade de intermediários que digam aos demais o que pensar, como pensar. Mas, se cortar as madeixas de Sansão, ele voltará a ser um homem comum. Quando a educação qualificada atingir, de fato, todos os cidadãos, o discernimento e o raciocínio não serão mais um diferencial. Os desafios de fazer uma reportagem serão os mesmos de construir um muro, de dirigir um ônibus, de passar mercadorias no caixa do super mercado.

sexta-feira, outubro 09, 2009

pra ontem

Frio do caramba. Ressaca de elefante. Agenda atrasada. Poltrona no corredor. A passagem leva até a Porto Alegre. Uma velhinha simpática querendo saber sobre notebooks. Eu desconfiada. Um frio do caramba mesmo.
Os méritos por ter perdido o ônibus. Meus ônus.
O resgate mal intencionado. Uma moça comportada intencionalmente.
O excesso de álcool. A falta de vergonha. O jogo de cintura.
As perguntas. As respostas. As perguntas. O jogo de cena.
A conciência que pesa, e já não era sem tempo. A risada alividada.
A sorte de ir. O azar de ficar.
A dor de cabeça interminável e o frio que não quer passar.
O café da manhã, a troca de olhares, o desfarçe, o sumiço.
O relógio que não colabora.
A falta de casaco.
O medo.
Vou desconectar.

sábado, outubro 03, 2009

Interlocuções

outro:
"onde tu encontrou ela?"
ele:
"...num show do Teatro Mágico!"
ela:
o quê?
outro:

"...perguntei para ele como vocês se conheceram..."
ele:
"...como a gente..."
outro: 
"que bacana conterrânea..."
ele:
quer dizer, mas foi antes na verdade...(pensa), durante, depois... (ri)
ela:
 
(confirma com o olhar e esboça um riso bobo)






...podia estar apavorada de estar lá...
mas achou no mínimo romântico!

please, one moment