E Loreta, a mãe, ininterruptamente desabafa com a psicanalista, em uma consulta de avaliação da terapia:
Está, como sempre, tudo errado. Há pilhas de texto para ler, amontoados de roupas para lavar, montes de lixos para tirar, sujeiras para limpar. Perguntou-me o que foi que ela fez com o tempo que tinha livre. Respondo sem ponderar: "fizeste dele, nada". Ela enche os olhos de lágrimas e sai. Antes de sumir por completo, meio que engolindo o choro me falou em máquina do tempo. Ri, e impiedosamente direicionei lhe um olhar de desprezo. Ela não muda.
Mas entenda, não há mais desculpas ou amedotas que suavizem as minhas angústias. Quando é que vai aprender? se eu já disse, você já disse, todos disseram. Ela entende, sei que entende. Mas não reage, não transforma. É torta, e torta vai ser até estabelecer se com mais responsabilidades. Agora, daqui escuto suas lamúrias. Perde mais tempo lamentando-se do que modificando.
Me contou ter lido em um site de previsões que suas ascendências astrais tem grande propensão à teoria, e muito pouco à prática. E nessa justificativa van ela se apoia. Vai assim até o próximo tropeço. Quando de repente parece acordar, e estar disposta a mudar tudo. Até que chegue o final do dia, me olhe com aquela cara de cão que lambeu graxa, e me pergunte o que fez do seu tempo. Já sem paciência, daqui em diante digo que a mim pouco interessa, eu vou só cuidar do meu tempo.
- Mas foi o que você fez até agora, não foi?
Claro que não. Sempre mostrei a ela como deveria ser. Sou super presente, ela vê as coisas como eu as faço, deveria ter a mim como um exemplo. Mas não, ela é o oposto de mim. Não faz nada certo. Não tem capricho, nem amor próprio!
não foi isso que eu a ensinei.
- Mas então o que é que a deixou assim?
Está querendo dizer que ela ser assim, é culpa minha? Dei tudo que ela precisava, sempre. Bem que me falaram que esses psicanalistas não servem para nada, nunca e sempre que podem culpam os pais.
--
Irritada, Loreta pega a bolsa, joga em cima da mesa o valor da consulta e bate a porta do consultório. Mais uma vez a filha a fez gastar com bobagens. Mais uma vez ela tinha certeza de que tudo que dedicou à menina foi só desperdicio. Afinal, casos perdidos, são casos perdidos.
Está, como sempre, tudo errado. Há pilhas de texto para ler, amontoados de roupas para lavar, montes de lixos para tirar, sujeiras para limpar. Perguntou-me o que foi que ela fez com o tempo que tinha livre. Respondo sem ponderar: "fizeste dele, nada". Ela enche os olhos de lágrimas e sai. Antes de sumir por completo, meio que engolindo o choro me falou em máquina do tempo. Ri, e impiedosamente direicionei lhe um olhar de desprezo. Ela não muda.
Mas entenda, não há mais desculpas ou amedotas que suavizem as minhas angústias. Quando é que vai aprender? se eu já disse, você já disse, todos disseram. Ela entende, sei que entende. Mas não reage, não transforma. É torta, e torta vai ser até estabelecer se com mais responsabilidades. Agora, daqui escuto suas lamúrias. Perde mais tempo lamentando-se do que modificando.
Me contou ter lido em um site de previsões que suas ascendências astrais tem grande propensão à teoria, e muito pouco à prática. E nessa justificativa van ela se apoia. Vai assim até o próximo tropeço. Quando de repente parece acordar, e estar disposta a mudar tudo. Até que chegue o final do dia, me olhe com aquela cara de cão que lambeu graxa, e me pergunte o que fez do seu tempo. Já sem paciência, daqui em diante digo que a mim pouco interessa, eu vou só cuidar do meu tempo.
- Mas foi o que você fez até agora, não foi?
Claro que não. Sempre mostrei a ela como deveria ser. Sou super presente, ela vê as coisas como eu as faço, deveria ter a mim como um exemplo. Mas não, ela é o oposto de mim. Não faz nada certo. Não tem capricho, nem amor próprio!
não foi isso que eu a ensinei.
- Mas então o que é que a deixou assim?
Está querendo dizer que ela ser assim, é culpa minha? Dei tudo que ela precisava, sempre. Bem que me falaram que esses psicanalistas não servem para nada, nunca e sempre que podem culpam os pais.
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Irritada, Loreta pega a bolsa, joga em cima da mesa o valor da consulta e bate a porta do consultório. Mais uma vez a filha a fez gastar com bobagens. Mais uma vez ela tinha certeza de que tudo que dedicou à menina foi só desperdicio. Afinal, casos perdidos, são casos perdidos.
Um comentário:
Hmmmm. :/
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