domingo, maio 03, 2009

Apneia*

"Brrrum"
Sem grito, sem falas, sem respirar.
Foi o choque, deixou todo mundo sem ar.
Não deu tempo. Não houve tempo suficiente para olhar.
Foi do riso ao silêncio absoluto.
o piscar dos olhos tirou a graça e o bom humor de todo mundo.
Ninguém conseguiu nem se mexer.

"A gente bateu?"
A pergunta seguida de várias exclamações chamando
santos, anjos, ou ofendendo Deus e o Diabo.
Um choro de susto preso
quatro pernas trêmulas
e duas inquietas, sem rumo!

"Tem sangue..."
Uma carona com o super-cílio aberto
culpa de um capacete frouxo
e um motoqueiro de calças rasgadas nos joelhos,
e hematomas nos pés.

"mas nem arranhou a moto..."
Na biz só um retrovisor quebrado...
Já o lado direito da frente do Fox
de dar dó...
rolou calota, quebrou parachoque, foi-se a lataria

"Eu tô sem minha habilitação"

se a perna já tremia... agora a alma é quem fica bamba
Na minha cabeça o medo de ter minha chefe detida, e sei lá de quê mais
até porque não tem sensação pior do que ver pessoas voarem por cima da cabeça da gente...

No resumo da ópera, três bem e dois feridos, um susto sem tamanho e a sensação de que podia ter sido bem pior... a dor nas costas de tensão e na alma o medo acumulado...
quero mais moto não, tio!







*Na nova gramática apneia, tem mais acento não! É uma sílaba tônica seguida de ditongo crescente, igualzinho à ideia, geleia e tantos outros acentos que dói na alma não colocar...

Um comentário:

Anônimo disse...

não sei se não tem acento... mas pOdia continua sendo c O e não U :P
heaheauheuahehea
te amo, pretaaaaaaaa

please, one moment