terça-feira, outubro 13, 2009

Profissão o quê?

Contra o complexo de Clark Kent,
politizando e polemizando as coisas por aqui...

Na Grécia antiga a oratória era uma arma. Quando o conhecimento era privilégio de poucos e não dever do Estado, os munidos da boa retórica detinham o poder de interferir no comportamento e nos pensares dos demais cidadãos. Se voltarmos nossas atenções para os dias atuais, perceberemos que, por mais que a educação tenha se tornado dever do Estado, ainda deixa lacunas. Hoje, tal qual na Grécia antiga, os bons oradores ainda possuem o poder. O poder da palavra, que quando disseminada em meios comunicacionais massivos vira verdade. Toda essa mágica realidade conquistada através do poder de persuasão é o que tem convencido muitos jornalistas de que seu papel enquanto profissional poderá salvar a humanidade.

 Na verdade, o que talvez eles não saibam é que o pensar não é um privilégio. A considerar que todos os seres humanos são dotados de capacidade de raciocínio, logo entendemos que não há necessidade de intermediários que digam aos demais o que pensar, como pensar. Mas, se cortar as madeixas de Sansão, ele voltará a ser um homem comum. Quando a educação qualificada atingir, de fato, todos os cidadãos, o discernimento e o raciocínio não serão mais um diferencial. Os desafios de fazer uma reportagem serão os mesmos de construir um muro, de dirigir um ônibus, de passar mercadorias no caixa do super mercado.

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