domingo, agosto 29, 2010

Um pouco de Cash

Acho que tem dores que são crônicas. Que alguns seres extrassenssiveis, tem a desventura de nascer com elas e a medida  que crescem elas se alimentam do seu organismo e vão consumindo, o que há de bom, o que há de mal. Vão nos consumindo. Talvez seja algo que parte do extrassensorial, e que por partir de algo que não tange, é tão inexplicável, implacável, incurável. Não tem tratamento médico, não tem diagnóstico. Só se sabe que dói. E que essa dor é tão grande que, em momentos, parece não ser mais suportável. É tanta sensibilidade, que de sensíveis, somos brutos. Sem lápidar nenhum, crus e tão vulneráveis as dores e fragilidades do mundo.Talvez não tenhamos tato para apalpar as intimidades do mundo, e do medo de errar sofremos por antecipação, preferindo assim não arriscar o toque.
E sofremos mais e mais, pelo que é feito, pelo que é desfeito, pelo que nem tentamos.

Inconformidade tamanha que mal se sabe o que fazer para agradar tanta insatisfação.


Acho que herdamos algumas particulas cósmicas do Cash. E vamos levar a vida toda essa dor crônica, esse desencontro, essa falta de norte.



Hoje eu parei de me culpar.
Voltei a fumar e a por a culpa nele,
repartir a dor em meio a canções.

Nenhum comentário:

please, one moment