terça-feira, maio 06, 2008

Campanha do Agasalho

Bem que eu queria inspirada estar a ponto de nessas linhas mal traçadas, entusiasmada falar das necessidades alheias. Não que eu não as reconheça e considere. No entanto ando tão sem motivações, que tem me faltado calor no coração para preocupar-me com as dores do mundo. Sim, estamos portanto, diante de uma situação bem delicada.


Tenho passado frio. E de tanto frio que passo, hoje a noite fuçando em minhas entranhas percebo meu músculo principal, quem deveria bombear-me as emoções, reduzido a 27% do seu tamanho. Uma perda significativa de mais de 70% devido ao frio que tem passado. Meu pobre coraçãozinho, antes vistoso tamanho uma mão fechada, agora medindo pouco mais que o dedo mindinho. Indo e vindo na sofreguidão do seu pulsar quase sem vontade, ameaçando parar. Tuntun, tuntun.. tun-tun, tun, tun, t....


Mais uma parada cardíaca, deste ano que nem começou, mas já beira a metade em datas e ultrapassa a marca de quedas do circuito interno. De sustos, de medos, de surpresas, de tristezas, decepções, de risos, de choros, de nãos, de sins, de vais, de vens... motivos não lhe faltaram.


Pero, desta vez, ao que me parece suas dores serão mais demoradas. Pobre coraçãozinho continuará assim, sem forças, agonizando entre vida e morte, até que encontre motivos definitivos a entregar-se ou salvar-se de vez. Motivos avulsos. Sim porque, ai que os comprometidos já me causaram muito trabalho, ou melhor tiraram-me o que tinha. |*ela disse tantas vezes que já me convenci que ora lancei meus irresistíveis encantos àquele pobre moço mal acompanhado, o namorado dela|- adendo: Deus proteja meu blog daqueles olhos de lince. (rsrs)


Mas como ia dizendo, dos frios que passo, o calor que falta, é humano. Do mês que passa a sensação que tenho é de que já é agosto, mês de desgosto. E que desse inverno/inferno astral interminável, não vai sobrar pedra sobre pedra. A não ser que o outubro se adiante, e o fevereiro antecipe meu carnaval. A mim, não seria mal. Mas minha mãe me conforta dizendo que não há heróis sem derrotas, não há mártires sem sofrimento.


E todo esse enrolar, me faz lembrar Mário Quintana. E posso ouvi-lo, suspirar ao dizer que "se as coisas são inatingíveis, ora. Não é motivos para não querê-las. Triste os caminhos se não fosse a mágica presença das estrelas." É ele, o meu poeta anjo, injetado direto na veia em doses cavalares, quem ainda estimula em meu pobre coraçãozinho seus últimos pulsares. Me visto de suas frases, me aconchego entre suas vírgulas, me aqueço com suas palavras.


*Piero, esse é por nós dois, vitimas do mesmo frio ;)

Um comentário:

Unknown disse...

:0
:)
Mas o Máriozinho iria te entender bem:
"DOS NOSSOS MALES

A nós bastem nossos próprios ais,
Que a ninguém sua cruz é pequenina.
Por pior que seja a situação da China,
Os nossos calos doem muito mais".

Viu?
Ele nos contou isso, quando o visitamos na casa dele ano passado.

:*

please, one moment